INDOMÁVEL

Entre a seda e o abismo, descreve-se a mulher que nunca quis ser óbvia. Nascida em berço de livros, música e silêncios observadores, Lara Soft cresceu num ambiente onde a palavra era lei e o gesto uma arte. Educada em colégios onde se aprendia a história dos impérios e da filosofia, cedo descobriu que a verdadeira força está naquilo que se sussurra, não no que se grita. Fala cinco línguas, mas é na linguagem do olhar e do toque que se sente em casa. Não foi feita para amarras. Por trás da educação impecável, arde nela o fogo suave da curiosidade pelo desejo, pelo limite entre o permitido e o sonhado. Quando escreve, oferece atmosferas onde o leitor se perde como quem tateia um quarto escuro de veludo, onde cada frase é um toque, cada silêncio um convite, cada personagem um espelho das vontades não ditas. Lara Soft não provoca: insinua. Não expõe: convida a descobrir. Os seus livros são como ela — sutis, mas eletrizantes, como um perfume raro que fica na pele. Discreta, viajante de cidades onde se cruzam olhares que sabem mais do que contam, onde a noite é mais densa e o dia mais cúmplice. Nunca revela o rosto, prefere que a descubram nas suas palavras. Porque Lara Soft não se vê. Lara Soft sente-se.