MOSAICO

Os retratos pretendem dar alguma contribuição à questão primordial: O que somos e como somos? A resposta mais célebre e mais lúcida, no entanto, vem já de há dois mil e quinhentos anos, e vira-se para nós: “Conhece-te a ti próprio” Os mais conhecidos pensadores de hoje concordam em que temos em nós próprios a chave do problema. Havemos, no entanto, de convir que parece estarmos na estaca zero, pois, reportando-nos à vida atual, a generalidade das pessoas ainda não percebeu o que Sócrates quis dizer. Não tem qualquer pergunta. Mas, tanto quanto me lembro, respondeu-lhe um poeta a dizer que a vida não tem sentido nenhum. Quereria, o grande Caeiro, referir-se à generalidade das pessoas? Excluiu, certamente, uma fatia de iluminados divididos em duas categorias: os que creem no Paraíso e os que esperam os amanhãs que cantam. À maioria das pessoas, no entanto, distraídas ou ocupadas com a luta pela sobrevivência, interessa apenas a sua vidinha, alegre ou triste, e seguem por aí fora. Neste grupo estão as retratadas, onde qualquer de nós se poderá incluir.