O Zezé do Café Central

Introdução Foi nos fins dos anos 40 que nasceu um bebê, numa pequena aldeia do concelho de Castelo de Paiva, segundo de uma família de cinco irmãos, chamado “Zezé”, alcunha de José. Os pais pertenciam à classe média. O pai era latoeiro e músico, um homem dotado e autodidata a nível musical; a mãe era dona de casa e agricultora, uma senhora com uma mão verde para as flores de casa e jardim, dotada de uma inteligência para a Matemática. O pequeno Zezé, aos seis anos, entrou para a escola primária e aos onze anos terminou a escolaridade obrigatória. Zezé era o nome pelo qual era chamado pelos colegas e camaradas da aldeia onde vivia, uma aldeia pobre onde as casas não tinham luz elétrica nem quartos de banho. A água ia-se buscar à fonte pelas mulheres que a traziam em garras e selhas. O Zezé sempre viveu neste ambiente de pobreza onde cedo sentiu uma sensibilidade e uma revolta relativamente à injustiça da sociedade portuguesa dos anos 40.