Ecce Homo

Como a vida de apenas dois homens, Sócrates de Atenas e Jesus de Nazaré, conseguiu marcar indelevelmente o rumo da nossa civilização. Ambos lutaram pela justiça e pela liberdade e pela democracia, cada um à sua maneira. O grego preocupado com o homem, o judeu preocupado com o Pai e as suas instruções. Ambos provocaram uma reforma, uma rebelião de tal maneira que foram sacrificados por isso, pelo seu impulso reformista rebelde. A história da nossa evolução, de tradição e estrutura heleno-judaico-cristã, tem mostrado ao longo dos tempos, um Homem infeliz, queixando-se do seu destino, ou mesmo dos Deuses, vivendo numa ‘apagada e vil tristeza’, transportando uma vida sem horizontes. Os mais curiosos e lúcidos procuram, como sempre, conhecer a origem e finalidade da vida, sujeitos e vassalos de um fado inelutável que aceitam resignados. O homem atual vive enrodilhado em problemas, embrenhado em dores de cabeça, por minudências sem qualquer valor, espectador da vida no sofá em frente do televisor, ignorando a senhora da gadanha que está cada vez mais perto. Desbaratámos o que de melhor havia das grandes civilizações, demos cabo da habitabilidade do planeta.