Escatologias

Das estranhezas familiares, reconhecemos cada um como parte e oposto de um outro que nunca será nosso; um distorcido concentrado justo no meio de sua transparência, um pesadelo a se carregar, o perigo de uma potência que não se conforma com o silêncio seguro e se atira ao teatro para o desconcerto de sua humanidade. A criança cresceu; mas o que era sonho se foi, e agora só me tenho em insensível desconforto crítico, o testemunho radical de um pano de nossa terra. Aqui busco encontrar os radicais simbólicos que fundamentam as fantasias e os tempos do trauma vivido. A jornada em busca da resposta: a linguagem sacia o humano? Cá está o palco do enigma, mais uma era em persona. Deveria saber quem sou, já que a graça e o terror se fizeram em mim; mas o que sei se só me faço em ato? Transformo em velho o herói que já me tomou, me sonho a talhar. O próprio mito já feito e cansado; tão seco, pura salmoura, querendo só água doce, o vinho está passado. Sou onde não estou, em um lago, em uma caverna, talvez em tua voz.