Aurora

Aurora é uma distopia arrepiante e profundamente emotiva, na qual Nuno Mourão constrói um retrato perturbador de um futuro próximo onde a promessa de progresso tecnológico dá lugar a um regime de vigilância e controlo total. Passado num Portugal de 2039, o romance mergulha o leitor num cenário onde a liberdade individual foi sacrificada em nome da segurança e da eficiência, e onde cada movimento, palavra ou pensamento pode ser monitorizado. A estrutura narrativa — composta por excertos de diários pessoais, mensagens interceptadas, relatórios confidenciais e transmissões clandestinas — confere autenticidade e urgência à história, acentuando o clima de constante opressão e perda de privacidade. Com uma escrita envolvente e marcada por uma tensão latente, Nuno Mourão propõe uma reflexão inquietante sobre o preço do progresso, o poder das tecnologias emergentes e os limites da resistência humana face a sistemas totalitários. Aurora é, assim, um alerta poderoso e uma exploração íntima da fragilidade da liberdade numa era digital.